Nunca tantos morreram por tão pouco. Nunca foi registrado na história social de Ribeirópolis a morte de tantos jovens cheios de vida e um futuro inteiro pela frente. Hoje, mais do que qualquer outro período da nossa história vimos tantas vidas ceifadas, tantas familias sofridas e tanta indiferença das autoridades locais.
Em Ribeirópolis, como a maioria das cidades interioranas, o uso da moto como elemento de trabalho, locomocão, diversão e até status local é uma prática comum. E a maioria de nossos jovens utilizam esse tão importante meio de transporte, como elemento de exibicionismo, transformando a motocicleta em uma arma poderosa que mata, fere e destrói sonhos e esperanças de pais, irmãos e amigos. O que percebemos hoje é que nossos jovens não são preparados para a vida, para o trabalho, para a responsabilidade social. Certamente a culpa não é deles.
Se pararmos para pensar, se fizermos um retrocesso em poucos anos atrás até os dias de hoje, dezenas de jovens de Ribeirópolis, ou morreram, ou ficaram mutilados ou guardam até hoje outras sequelas causadas por acidentes nas ruas e estradas de nosso município. E essa arma de guerra e destruição nas mãos de alguns jovens não tem em nosso município, nenhum tipo de controle. Os pais fogem da responsabilidade de orientar e punir seus filhos quando afrontam a lei dando cavalos de pau na cidade, locomoção em alta velocidade, uso de escapamentos inadequados que trazem tanto prejuizo a saude da população com a poluição sonora e ninguém faz nada.
Nem os pais que são os principais responsáveis pela morte de seus filhos e nem as autoridades constituidas locais que fecham os olhos e fazem de conta que não tem nada a ver com isso. São jovens e crianças sem habilitação que conduzem motos e outros veículos e ninguem vê. Parece que vivemos em uma terra sem lei. Ninguem denuncia ao Ministério Público. Só que, quem deveriam ser notificados pela justiça teriam que ser os pais e as autoridades.
As vezes até esquecemos que existe uma instituição chamada Polícia em Ribeirópolis. Os policiais são tão raros de serem vistos que terminamos por esquecer de sua existência. E nas raras ocasiôes que aparecem ou fazem a retenção de alguem ou de algum veículo, logo aparece o afilhado do deputado, do prefeito que solicita a liberação. Nos últimos anos sempre foi assim. Eles sempre liberaram o delinquente. Na realidade toda essa violência é resultado do que a nossa população recebeu a vida inteira: descaso, abandono, esmola social, ignorância e um bela corrente presa no seu pé até o dia da eleição. E quem não gostar saia da cidade e todas as autoridades que tentaram dar um basta a isso foram transferidas. Sabemos pois que a mão que ajuda também ás vezes é a mão que mata. População, pais, autoridades e jovens, pensemos nisto.
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